Chega a hora em que o corpo e a mente já não estão no seu auge e os pais precisam de ajuda. Nada mais justo do que aqueles que eles ajudaram a criar retribuam todo amor e cuidados dados por décadas.
É isso o que normalmente acontece, em lares cercados de amor, respeito e reciprocidade.
Chega o momento em que os filhos se tornam responsáveis pelos pais. É a hora de mudar os móveis de lugar, tirar os tapetes, colocar barras pela casa e adaptar o banheiro.
Também é tempo de organizar os remédios e ajudar a colocar a colher na boca, quando as mãos não estão mais firmes.
Mesmo que junto a isso venha a teimosia de não querer comer nada do prato – assim como você fazia na infância.
A primeira vez em que a memória falha pra valer, parece que o mundo vai se abrir sobre seus pés, mas isso passa.
Todo mundo se adapta a uma nova realidade, assim como os pais aprenderam a caminhar devagar, segurando sua mão, você também vai conseguir.
O que falar dos gritos, teimosia e travessuras (sabe aquele docinho proibido?) que a idade traz de volta?
Isso tudo se torna natural e até bonito, se a criação foi próxima e baseada em amor. O próprio cuidar dos seus idosos não é uma obrigação ou ato de sacrifício, e sim retribuição.
Tem quem veja a chegada da idade como algo negativo, mas é exatamente o contrário! Mesmo que a doença se instale e a memória falhe algumas vezes, sempre vale a pena estar ao lado de quem te ama.
Não tem melhor época para compartilhar a sabedoria e viver momentos especiais e únicos que ficarão na memória.
Certamente dá trabalho, assim como os filhos deram, mas vale muito, muito cada segundo.
Assim como eles te amaram incondicionalmente, seu amor também vai transbordar, afinal, no final da vida, pais se tornam os filhos dos filhos e isso é um ciclo.
