Quando a vontade de fazer xixi vem, não é toda hora que dá para ir ao banheiro: você ou o toalete podem estar ocupados, fato. Uma vez ou outra até passa, mas tornar isso um hábito não é natural e muito menos saudável.
“Não há nenhum estudo cientifico importante que mostre que prender urina está diretamente associada a riscos tão graves, entretanto, há algumas situações em que fazer isso pode, sim, ajudar a desencadear traumas e até doenças”, afirma o Dr. João Antônio Correa, membro do Departamento de Urologia Feminina da Sociedade Brasileira de Urologia e médico do Serviço de Urologia do Hospital federal dos Servidores do Estado do Rio Janeiro.
Perigo de trauma
Mulheres que estão inseridas em uma longa jornada de trabalho, ou passam muito tempo em ambientes que não tem um banheiro de fácil acesso, podem acabar por não ter o hábito de esvaziar a bexiga. “Se ela está no trânsito, por exemplo, e sofre um acidente, com a bexiga cheia, o órgão pode até explodir. Indo para uma situação mais cotidiana, o mesmo trauma pode acontecer se ela sofre uma queda brusca. Por isso, antes de partir para esses longos espaços de tempo, o ideal é esvaziar a bexiga antes”, recomenda o profissional.
Mulheres com risco de cistite
De acordo com o médico, “a cistite é uma inflamação da bexiga, geralmente causada por infecção bacteriana (urinária). A bactéria vem da pele da região genital, sobe pelo canal da urina e se adere à parede da bexiga”. Ele cita dois exemplos em que o risco pode ficar muito alto quando já há essa predisposição e você prende o xixi:
Ao seu automedicar, os remédios podem matar as bactérias que protegem a área genital e deixar as bactérias que levam a cistite agirem. Foto: ipag/istock
Automedicação
Para quem usa remédio indiscriminadamente, se automedica mesmo, “o efeito dos fármacos pode desequilibrar a microbiota dessa região genital da pele, destruindo as bactérias que defendem aquela área, e abrindo espaço para as que causam a cistite se proliferarem”, diz o Dr. João.
Intestino preso
Quando a mulher tem dificuldade para ir ao banheiro e ela evacua, “expõe a pele anal e genital às bactérias das fezes, que, como ficaram muito tempo dentro do intestino, tem uma multiplicação de bactérias muito maior.
Sendo assim, quando elas são finalmente eliminadas, a exposição é mais alta do que na mulher que tem uma frequência de evacuação normal. Desse modo, independente da higiene local, há mais as chances dessas bactérias subirem pelo canal da urina e causarem a cistite”.
Ao prender por muitos anos, a musculatura pode ficar tão resistente que vai ser necessário fazer muita força para liberar o xixi. Foto: Carmelka/istock
Quando seu músculo vira seu inimigo
A saída da urina é controlada por um músculo. Quando a mulher prende essa urina ao longo de anos, a contração vai deixando esse músculo cada vez mais forte, e, de acordo com o profissional, “no futuro, ele pode ficar tão atrofiado, a ponto de desenvolver uma retenção urinária porque ela não consegue mais relaxá-lo. De tanto que o treinou, ele agora joga contra ela, que precisa fazer força para eliminar a urina. Em casos mais raros, é preciso colocar uma sonda ou cateter para esvaziar a bexiga”.
Em casos extremos
Se ficar apertada e prender o xixi é um hábito que a pessoa tem por uma vida, “na terceira idade, ela pode desenvolver uma obstrução urinária, cuja urina pode voltar para os rins e assim causar uma grave lesão renal, ou, na pior das hipóteses levar à perda desse órgão, necessitando de diálise ou transplante renal”, esclarece o urologista.
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